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11 de março
de 1788.
Grande estadista, sucessor de toda a casa, senhorio de várias
terras e comendas que teve seu pai.
Nasceu a 17 de agosto de 1716, faleceu a 11 de março de 1788.
Era filho do 2.º marquês de Angeja e 3.º conde de Vila Verde, D.
António de Noronha, e de sua mulher D. Luísa Josefa de Meneses,
filha dos 4.os condes de Tarouca.
Era contrário ao governo do marquês de Pombal, e atravessou
aquela época com tanta dissimulação, que o grande estadista
confessava ser ele, entre todos os membros da nobreza, um dos únicos
homens em cujos pensamentos a intenções nunca pudera penetrar.
Depois da queda do grande ministro do rei D. José, o marquês de
Angeja, favorecido pela intimidade do infante D. Pedro, pela
fraqueza da rainha, e pela fama de erudito, que alcançara, foi
escolhido para presidente do Real Erário quando se formou o novo
gabinete. Falto de experiência na difícil arte de governar, parece
ter presidido aos seus actos, como ministro, a única ideia de uma
completa reacção contra o governo do seu antecessor, porque uma
das primeiras medidas que adoptou, foi mandar suspender as obras
começadas pelo marquês de Pombal para a reconstrução de Lisboa,
que o terramoto de 1755 havia reduzido a um montão de ruínas. O
povo, vendo isto, dizia então, resumindo nesta frase o juízo que
formava do novo governo, a cuja frente estava o marquês de Angeja:
"mal por mal antes Pombal".
O marquês, além dos títulos que herdara de seu pai, alcançou
sucessivamente os seguintes: gentil-homem da Real Câmara, deputado
da Junta dos Três Estados, do conselho da rainha D. Maria I e do de
Guerra, tenente-general dos exércitos, ministro adjunto ao despacho
do gabinete, presidente e lugar-tenente da real pessoa no Erário Régio,
governador da Torre de S. Vicente de Belém, inspector geral de toda
a arrecadação das fazendas dos Armazéns da Guiné e Índia e do
Arsenal Real da Marinha, inspector geral das Obras Públicas e do
plano de reedificação da cidade, comendador das Ordens de Cristo e
S. Tiago, capitão general da Armada dos Galeões de Alto Bordo do
Mar Oceano, etc. Apesar de tantos cargos e honrarias, não consta
que para o bem público estabelecesse alguma coisa útil, além dum
jardim botânico, instituição ainda duvidosa. Para si e para todos
os seus, é bem sabido, ter sido sempre de grande prodigalidade. No
palácio em que habitava, conseguiu formar um notável museu, que
era considerado como uma das curiosidades de Lisboa, naquela época.
Em 1783, tendo adoecido gravemente, foi substitui-lo no ministério
o visconde de Vila Nova da Cerveira, D. Tomás Xavier de Lima
Nogueira Vasconcelos Teles da Silva, que depois foi agraciado com o
título de marquês de Ponte de Lima (V. este
titulo). Ainda em 1786, o marquês de Angeja recebeu a
valiosa comenda da vila do Torrão.
Tinha casado em 31 de outubro de 1733 com D. Maria de Lorena,
filha dos 3.os marqueses de Alegrete.