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Arronches (Carlos José de Ligne, 5.º
conde de Miranda, 2.º marquês de).
n.
20 de agosto de
1661.
f. 20 de janeiro de 1713.
Príncipe do Sacro Romano Império,
cavaleiro da ordem de S. Tiago, do conselho de D. Pedro II, e seu
embaixador ao imperador da Alemanha, Leopoldo I.
Nasceu em Baudeur, no Hainault; a 20
de agosto de 1661 faleceu em Pádua, a 20 de janeiro de 1713. Era filho
de Cláudio Lamoral, príncipe de Ligne, de Amblisse, e do Sacro
Romano Império, grande de Espanha de 1.ª classe, etc. e da
princesa Clara Maria de Nassau.
Carlos José de Ligne foi educado na
Itália, para onde fora com seu pai, quando este exerceu os cargos
de vice-rei da Sardenha e governador de Milão. Em 23 de abril de
1684 casou com D. Mariana Luísa Francisca de Sousa Tavares da Silva
e Mascarenhas, 5.ª condessa de Miranda, 29.ª senhora da casa de
Sousa, e sucessora de todos os bens da coroa e ordens, morgados,
padroados, etc., a ela pertencentes. Esta senhora era filha do 4.°
conde Miranda, Diogo Lopes de Sousa, filho primogénito do 1.º
marquês de Arronches, e 3.º conde de Miranda, Henrique de Sousa
Tavares. Diogo Lopes de Sousa casara com D. Margarida de Vilhena,
filha única e herdeira de D. João Mascarenhas, 3.º conde de
Sabugal, meirinho-mor do reino, comendador de Alpedrinha na ordem de
Cristo, e da condessa D. Brites de Castelo Branco herdeira do
condado de Sabugal. O título do marquesado de Arronches só reviveu
na 5.ª condessa de Miranda, D. Mariana, neta do 1.º marquês
daquele título.
Carlos José de Ligne, sendo feito
conde de Miranda e marquês de Arronches, pelo seu casamento, foi em
1695 nomeado embaixador de Portugal em Viena, onde lhe aconteceu uma
aventura extraordinária. Tendo aparecido morto no ano seguinte,
1696, num bosque dos arredores daquela cidade, o conde de Halveil,
fidalgo polaco, levantaram-se suspeitas de que tivesse sido
assassinado pelo marquês, por causa de questões de jogo. Este
boato produziu um péssimo efeito no povo, que todo se revolucionou
contra o embaixador de Portugal, o que obrigou o marquês de
Arronches a sair de Viena incógnito e a refugiar-se em Veneza. Em
1697, descobriu-se o verdadeiro criminoso, que fora também um
polaco, e no ano de 1700 a Mesa da Consciência e Ordens promulgou
uma sentença declarando o marquês absolvido e reabilitado.
Contudo, apesar dessa reabilitação e de lhe ser concedida licença
para voltar ao reino, o marquês continuou vivendo em Veneza,
falecendo em Pádua, anos mais tarde.
A marquesa, sua viúva, faleceu em
Lisboa, a 30 de dezembro de 1743. Do consórcio dos 2.os marqueses
de Arronches houve uma filha, D. Luísa Antónia Inês Casimira de
Sousa Nassau e Ligue, que casou com D. Miguel, filho natural,
legitimado de D. Pedro II, e de D. Ana Armanda de Vergé, senhora
que viera de França ainda menina, com sua mãe, na companhia da
rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia. D. Miguel morreu desgraçadamente,
afogado no rio Tejo, na noite de 13 de janeiro de 1724, por se
voltar o escaler em que atravessava da outra banda para Lisboa. D.
Luísa teve honras de duquesa, por mercê de 2 de abril de 1716. A
21 de junho de 1718, D. João V fez doação do concelho de Lafões
a D. Pedro Henrique de Bragança Sousa Tavares Mascarenhas e Silva,
filho de D. Miguel, com o título de duque, incluindo nesta mercê
todas as vilas e terras do mesmo concelho, com todas as jurisdições,
foros e tributos que pertenciam à coroa, cartas de ofícios,
apresentação de juiz de fora, chamando-se os moradores seus
vassalos, e servindo os ofícios pelas suas cartas; e a D. Luísa,
como mãe de D. Pedro, renovou a mercê das honras que já tinha,
podendo usar do título de duquesa de Lafões, titulo que continuou
reunido aos de marquês de Arronches e de conde de Miranda do Corvo.
Estes três títulos foram declarados de juro e herdade, por
decreto de 18 julho de 1804, e carta de 19 de junho de 1805. (V. Lafões).
Genealogia
do 2.º marquês de Arronches
Geneall.pt
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