Gentil-homem da câmara da rainha D. Maria I e do rei D. João
VI, alcaide-mor de Guimarães e de Soure, moço fidalgo com exercício
na Casa Real, por alvará de 2 de maio de 1770; comendador de S.
Salvador de Elvas, e das outras referidas comendas (V. o
artigo anterior), sucessor nos bens da capela da Coroa, sita
em Valada, e instituída por D. Isabel Lobata, no convento de S.
Francisco, de Santarém, deputado da Junta dos Três Estados,
inspector geral dos provimentos do exército, embaixador de Portugal
junto à corte de Madrid em 1806, etc.
Nasceu no Funchal a 29 de março de 1755, faleceu em Lisboa a 12
de janeiro de 1827. Era filho do 1.º conde da Ega, Manuel de
Saldanha de Albuquerque, e da condessa, D. Ana Ludovina de Almada.
Sucedeu na casa a seu pai em 6 de abril de 1771. Casou em 5 de março
de 1786 com D. Maria José do Carmo Xavier de Almada, filha de D.
Antão de Almada, mestre-sala de el-rei D. José e da rainha D.
Maria I, ofício em que sucedera pelo seu casamento; senhor dos
Lagares de El-Rei, deputado da Junta dos Três Estados, governador e
capitão general das ilhas dos Açores, e de sua mulher e sobrinha,
D. Violante Josefa Henriques de Almada, herdeira da casa de seu pai,
e do ofício de mestre-sala da Casa Real pertencente a seu pai, D.
Lourenço de Almada, senhor de Pombalinho.
Enviuvando em Novembro de 1795, passou a
segundas núpcias em 9 do Fevereiro com D. Juliana Maria Luísa
Carolina Sofia de Oyenhausen e Almeida, condessa de Oyenhausen
Gravemburgo, na Áustria, 3.ª filha do conde do mesmo título,
Carlos Augusto, e de sua mulher, D. Leonor de Almeida Portugal,
marquesa de Alorna (V. este titulo). A
formosura da condessa da Ega cativou o general Junot, que em 1808
invadiu o nosso país, e os seus amores tornaram-se tão públicos
que ficou sendo conhecida como amante do primeiro ajudante de Napoleão.
Quando os franceses saíram de Portugal em 1808, toda a família do
conde da Ega foi para França, onde o conde recebeu do imperador
urna pensão de 60.000 francos anuais, a qual gozou até à queda de
Napoleão. Procedendo-se em 1811 contra os portugueses que estavam
em França, o conde da Ega foi condenado à morte de barrote, mas
esta sentença nunca se executou, e por uma outra de 18 de Janeiro
de 1823 ficou absolvido. Voltando à pátria conservou-se afastado
da politica.
A condessa D. Juliana, ficando viúva em 1827, passou a segundas
núpcias com o conde de Strognoff, da Rússia, Gregório Alexandre
Ironwisch, e fal. em S. Petersburgo em 14 de Novembro de 1864. O título
de conde da Ega fora renovado por D. Maria I em 8 de Janeiro de
1786.