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O Portal da História Dicionário > D. Vicente Roque José de Sousa Coutinho Monteiro Paim

 

Paim (D. Vicente Roque José de Sousa Coutinho Monteiro).

 

n.      28 de dezembro de 1726. 
f.       8 de maio de 1792.

 

Moço fidalgo com exercício no paço; grã-cruz da Ordem de S. Bento de Avis, comendador da de Santa Maria de Campanhã, no bispado do Porto; de Santa Maria de Gimonde, no bispado de Miranda; de S. Pedro das Comedeiras, do lugar dos Trinta, no bispado da Guarda, todas na Ordem de Cristo; alcaide-mor de Rio Maior na Ordem de S. Bento de Avis; senhor do morgado de Alva, donatário da terra da Vila de Caim e seu padroado; padroeiro das igrejas de S. Miguel de Mamouros, de Santa Maria de Pequim; e de S. Maninho de Alva. 

Nasceu em Lisboa a 28 de dezembro de 1726, faleceu em Paris a 8 de maio de 1792. Era filho de Rodrigo de Coutinho Castelo Branco e Meneses, e de sua mulher D. Maria Antónia de S. Boaventura de Meneses Paim. 

Serviu no exército como capitão do regimento de Dragões de Chaves, foi enviado extraordinário na corte de Turim, e depois embaixador em Paris. Durante vinte e um anos seguiu a carreira diplomática, em que prestou relevantes serviços, tendo em prémio a posse das comendas e padroados acima descritos dalguns dos quais era usufrutuária sua mãe por mercê régia. Teve a mercê de seis moios de terra no Lezirão das Atalaias, nos campos de Azambuja, cuja mercê passou depois a seu filho, o 3.º conde de Alva e 1.º marquês de Santa Iria. D. Vicente Paim era ministro em Paris quando rebentou a grande revolução, a cujos princípios assistiu, e teve de ser o agente da política dúbia de Luís Pinto de Sousa Coutinho, que chegou a fazer com que o príncipe regente D. João não respondesse à carta em que Luís XVI participava que jurara a Constituição. D. Vicente Paim estava, por assim dizer, numa posição melindrosa, e tinha de se conservar afastado de todo o movimento da política francesa. Conseguiu, no entretanto, saber que o Clube dos Jacobinos enviara para Portugal em missão secreta Laclos e outro para fazerem propaganda de ideias revolucionárias, e assim o participou ao seu governo. O intendente da polícia Pina Manique tomou logo as precauções precisas. 

D. Vicente Paim casou duas vezes: a primeira, a 14 de maio de 1750, com D. Teresa Vital da Câmara Coutinho, que faleceu a 26 de dezembro de 1753, filha de Luís Gonçalves da Câmara Coutinho moço fidalgo, senhor de vários morgados, alcaide-mor de Torres Vedras, etc., e de sua mulher D. Isabel Libânia de Mendonça. Deste matrimónio houve uma única filha, que foi D. Isabel Juliana de Sousa Coutinho Monteiro Paim (V. este nome). Passou a segundas núpcias a 27 de maio de 1773, com D. Luísa Inês Isabel de Montboissier Beaufort de Canilliac, que falwceu em Paris a 19 de janeiro de 1792, filha dos condes de Canilliac. Deste segundo matrimónio nasceu D. Luís Roque de Sousa Coutinho Monteiro Paim, 3.º conde de Alva e 1.º marquês de Santa Iria (V. este titulo). Conta-se que foi o marquês de Pombal quem obrigou D. Vicente Paim a contrair segundas núpcias, para deste modo se vingar de sua filha D. Isabel, privando-a da herança paterna.

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume V, pág
. 377.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral