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António Bernardo da Costa Cabral, 2.º conde de Tomar

© Palácio Nacional
da Ajuda

António Bernardo da Costa Cabral, 2.º conde de Tomar

 

Tomar (António Bernardo da Costa Cabral, 2.º conde de).

 

n.       23 de maio de 1835.
f.        19 de
fevereiro de 1903.

 

Fidalgo da Casa Real, comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e condecorado com as seguintes ordens estrangeiras: grã-cruz de S. Gregório Magno de Roma, da Coroa de Carvalho dos Países Baixos, do Leão Neerlandês e de Leopoldo da Bélgica, comendador de Carlos III de Espanha; oficial da Coroa de Itália, e a cruz de S. Maurício e S. Lázaro, de Itália; bacharel formado em filosofia pela Universidade de Coimbra, par do Reino, diplomata, etc. Nasceu a 23 de maio de 1835, faleceu em Lisboa a 19 de fevereiro de 1903. Era filho do 1.° conde e 1.° marquês de Tomar (V. o artigo antecedente).

Depois de ter concluído a sua formatura na universidade, dedicou-se à vida diplomática, começando a sua carreira, sendo nomeado 2.º adido à legação de Washington, por decreto de 19 de março de 1859, para onde partiu por via de Londres no dia 6 de maio. Apresentando-se na legação em 12 de julho seguinte, ali ficou servindo temporariamente, como lhe foi ordenado por despacho do ministro até fins de outubro de 1860, em que veio a Lisboa em gozo de licença. Tendo-lhe sido prorrogada esta licença pelas portarias de 24 de dezembro de 1860 e 8 de abril de 1861, foi depois transferido na mesma categoria de 2.° adido para a legação de Turim, por decreto de 2 de agosto de 1861, e partiu para ali, por via de França, no dia 21 desse mês, e apresentando-se nos princípios de setembro seguinte, serviu até 29 de setembro de 1862, em que veio para Lisboa com licença, a bordo da corveta Estefânia, e por haver sido transferido na mesma categoria de 2 ° adido, para a legação de Bruxelas, por decreto de 12 de setembro de 1862, para onde não chegou a partir por lhe ter sido prorrogada a referida licença, e depois promovido a 1.° adido para a legação, de Roma, por decreto de 2 dezembro de 1873, partindo a 26 de janeiro de 1864, a tomar posse do supradito lugar de 1.° adido, o que verificou em princípios do mês de março. Ali serviu como encarregado de negócios interino, desde 2 de junho até 21 de dezembro, e como 1.° adido até 1 de abril de 1865, em que tornando a assumir os funções de encarregado de negócios interino, continuou a servir até 16 de março de 1866, em que voltou a Lisboa com licença, tendo-lhe sido concedida a graduação de secretario de legação por decreto de 26 de abril de 1866. Nomeado para servir na repartição do gabinete do ministro dos negócios estrangeiros por decreto de 19 de julho do mesmo ano, apresentou-se no dia seguinte, servindo até 19 de julho de 1867, em que seguiu para Paris por via de Espanha, na qualidade de secretário da missão especial, de que fora encarregado o conde de Casal Ribeiro Regressando pouco depois à citada repartição do gabinete, ali continuou, sendo promovido a secretário efectivo para a legação do Rio de Janeiro por decreto de 24 de janeiro de 1868, lugar de que não chegou a tomar posse por ter sido exonerado e colocado na disponibilidade, por decreto de 13 do seguinte mês de fevereiro. Promovido a 1.º secretário para a legação de Roma, por decreto de 25 de junho de 1870, partiu três dias depois, e apresentou-se na legação junto do Vaticano, a 21 do seguinte mês de julho, servindo até fins de setembro do mesmo anuo, em que veio a Lisboa com licença. Tornando a partir para Roma a 26 de dezembro, e tendo reassumido as funções do seu cargo na respectiva legação a 2 de janeiro de 1871, continuou a servir, como encarregado de negócios interino, desde 9 de julho do mesmo ano até 7 de janeiro de 1872, e como 1.° secretário até fins de junho do dito ano, em que partiu para Lisboa com licença de três meses, que lhe fora concedida por portaria de 8 do mesmo mês de junho. tendo-lhe sido prorrogada a referida licença, só tornou a partir para o seu posto na legação em Roma, a 16 de agosto de 1873, e reassumindo as funções do seu cargo no dia 8 do seguinte mês de setembro, ali continuou em serviço, novamente como encarregado de negócios interino, desde 17 de setembro até 5 de dezembro de 1874, partindo para a Bélgica a 7 deste mês, para onde havia sido promovido a enviado extraordinário ministro plenipotenciário, por decreto de 27 de agosto do mesmo ano de 1874. Tomando posse da legação em Bruxelas no dia 20 de dezembro, e tendo feito entrega das suas credenciais no dia 25, ali exerceu as funções do seu cargo até 15 de janeiro de 1875, em que veio para Lisboa. Voltou para Bruxelas a 10 de junho de 1875, e reassumiu as funções do seu cargo no dia 8 de julho, e continuou a servir até 1 de novembro de 1876, em que tornou a obter licença para vir a Lisboa. Tornando a Bruxelas em 4 de maio de 1877, reassumiu as funções do seu cargo no dia 11 do mesmo mês e continuou a servir até 1 de setembro em que novamente regressou a Lisboa. Partindo outra vez para Bruxelas a 17 de novembro, e tornando a tomar conta do seu cargo no dia 27, ali se conservou até 1 de agosto de 1878, dia em que voltou para Lisboa. Tendo sido nomeado para, na qualidade de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário, em missão especial, assistir em Bruxelas ás festividades que naquela corte se realizaram por ocasião do 25.° aniversário do casamento do rei dos belgas, para ali voltou a 12 do citado mês de agosto, levando por secretário da mencionada missão especial o visconde de Seisal. Depois regressou a Lisboa, onde continuou gozando a licença que lhe fora concedida. A 9 de janeiro de 1879 voltou a exercer o seu cargo em Bruxelas desde 16 desse mês, em que se apresentou, até 13 de fevereiro de 1880, em que se ausentou com licença; voltando a 8 de junho à dita legação, continuou no exercício do seu cargo até 3 de outubro do mesmo ano, em que de novo veio para Lisboa. No dia 2 de novembro foi novamente para Bruxelas, reassumiu as funções do seu cargo no dia 8, conservando-se até 8 de agosto de 1881, retirando em seguida para Lisboa, depois de ter feito entrega da recredencial que lhe dava por terminada a sua missão naquela corte, e de cujo lugar havia sido exonerado e colocado na disponibilidade, por decreto de 15 de junho de 1881. Nesta qualidade de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário e em disponibilidade, passaram-se-lhe os seguintes passaportes: em 29 de Maio de 1884 para Alemanha; por via de França e Espanha; em 18 do agosto de 1885 para Roma, e em 8 de junho de 1886 para Alemanha, por via de Espanha e França. 

O conde de Tomar sucedeu a seu pai no pariato, tomando assento respectiva câmara à sessão de 15 de janeiro de 1890. O titulo foi lhe concedido por decreto de 2 de abril de 1851. Quando faleceu havia muitos meses que estava retirado da vida publica, por se lhe terem agravado os seus padecimentos. Embora filiado no partido regenerador, imprimia geralmente às suas palavras, nas discussões parlamentares, uma nota de apreciação pessoal nos assuntos que tratava. Nos últimos tempos que frequentou a câmara alta, sem deixar de apreciar os assuntos de carácter diplomático, pelos quais tinha especial predilecção, tratou, com vigor, das questões referentes ás Companhias das Águas e do Gás, combatendo a permanência do gasómetro junto da Torre de Belém, e patrocinou as reclamações da Associação dos Proprietários acerca dos contadores de pressão, e as dos portadores de títulos da divida interna, relativamente à dedução decretada nos juros da mesma vivida. O conde de Tomar casou em 3 de outubro de 1866 com D. Sofia Adelaide Dias de Sousa, filha do conselheiro Bartolomeu dos Mártires Dias de Sousa, e de sua mulher, D. Maria Fortunata de Oliveira. Seu filho, Bartolomeu da Costa Cabral, nascido a 11 de agosto de 1867, é hoje o 3.º conde de Tomar, tendo sido agraciado com este título por decreto de 30 de janeiro de 1890.

 

 

 

 

António Bernardo da Costa Cabral, 2.º Conde de Tomar
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Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume VII, págs. 128-130.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
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