João Romano Torres

Torres (João Romano).

Nasceu em Lisboa a 8 de fevereiro de 1855, sendo filho do decano dos tipógrafos portugueses, há anos falecido, Lucas Evangelista Torres (V. adiante), e de sua mulher D. Maria Romana Machado, pertencente à família dos antigos livreiros deste apelido. Muito novo começou a aprender a arte tipográfica na oficina de seu pai, mostrando desde logo grande vocação e boa vontade, tornando-se em breve um tipógrafo distinto. Mais tarde desejou tornar-se independente, e de acordo com seu pai, estabeleceu-se em 1877 com uma imprensa própria, muito modesta. Então fez-se editor, mas a fortuna não lhe sorriu; lutando com numerosas dificuldades, ainda conseguiu publicar algumas obras. 

Henrique Zeferino de Albuquerque, nessa época bem conhecido editor, lhe propôs a direcção da sua oficina tipográfica proposta que João Romano Torres aceitou. Ali se conservou até 1885, em que de novo se estabeleceu, começando os seus novos trabalhos pelo semanário literário O Recreio, e a tradução do romance A Magnetizada, com que deu principio à biblioteca romântica. A nova tipografia, começando em muito limitadas condições, foi-se desenvolvendo pouco a pouco, e à custa de muita perseverança e boa administração, conseguiu tornar-se uma das empresas editoras mais conhecidas e mais bem conceituadas da capital. 

Em 1898, João Romano Torres, vendo a sua casa próspera e tendo já um avultado número de edições, arrojou-se a lançar no mercado obras de vulto, entre as quais o presente dicionário, dando ao mesmo tempo um grande impulso ao movimento literário de obras históricas de escritores nacionais. Em 1907 associou à sua casa seu filho primogénito, Carlos Bregante Torres, a qual desde então passou a girar sob a firma de João Romano Torres & C.^a V. o artigo Recreio. Portugal, vol. VI, pag. 134.

João Romano Torres
Romano Torres