João de Barros
n.
provavelmente em Viseu em 1496; f. em Pombal em 20 de Outubro de 1570. Filho natural de Lopo de Barros, corregedor
da comarca do
Alentejo em 1499, nasceu possivelmente em Viseu, ou em Braga. Moço do
Guarda-roupa do príncipe D. João, futuro D. João III, foi nomeado em 1525
tesoureiro das Casas da Índia, Mina e Ceuta, e em 1533 foi nomeado feitor das
Casas da Guiné e Índias, cargo que exerceu até 1567. Na época que mediou as
nomeações, viveu em Pombal, fugindo da peste que assolou Lisboa em 1530 e
evitando as consequências do grande terramoto de 1531 que destruiu a capital. Nesse
ambiente calmo da Quinta do Alitém, parte do dote da sua mulher, contando 24
anos de idade, publicou em 1530 uma novela de cavalaria com o título Crónica
do Imperador Clarimundo, contando a história de um antepassado legendário
dos reis de Portugal. Mais tarde, em 1532, publicaria a Ropica Pnefma
(Mercadoria Espiritual), obra declarando defender a pureza da fé cristã, mas
que de facto está muito próximo das posições de Erasmo de Roterdão,
criticando mas sem abandonar o catolicismo, o que fará com que fosse colocada
no «Índex» em 1581, e no ano seguinte escreverá um Panegírico de D. João
III. Em
1535, quando foram criadas as capitanias brasileiras, D. João III doou-lhe uma
das doze criadas, com cinquenta léguas de largura ao longo da costa, na foz do
Amazonas. Decidiu equipar uma expedição para ocupar o território doado, com o
apoio de Aires da Cunha e Álvares de Andrade, outros dois beneficiados com
capitanias, que terá sido composta por dez embarcações, com novecentos
homens, sob o comando do primeiro dos capitães. A frota saiu em fins de 1535,
dirigindo-se para o norte do Brasil mas foi destruída na barra do Maranhão,
tendo a maior parte dos participantes sido morta. Este desastre deixou João de
Barros bastante empobrecido. Entretanto,
publicou em 1539 uma cartilha conhecida como Cartinha de João de Barros,
e em 1540 publicou O Diálogo de João de Barros com dois filhos seus sobre
preceitos morais e a Grammatica da língua portuguesa obra
acompanhada do Diálogo em louvor da Nossa Linguagem. A
sua principal obra, As Décadas, escritas de acordo com uma sugestão do
rei D. Manuel, após ter publicado o Clarimundo, apareceu em 1552, saindo
somente mais duas em vida do autor, a segunda no ano seguinte, e a terceira em
1563. Uma quarta, de autoria um tanto questionável, foi impressa em 1613. As
Décadas não lhe ocupavam todo o tempo, e em 1556 organizou nova expedição
ao Maranhão, em que participaram dois dos seus filhos, que, se foi mais feliz,
porque conseguiu regressar, depois de ter combatido com corsários franceses e
índios., não conseguiu cumprir de novo o objectivos de criar condições para
a colonização da capitania.
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