Pedro Massano de Amorim
Nasceu em
Fronteira, Portalegre, a 14 de
Janeiro de 1862;
Começou a sua carreira de oficial em 1883, após ter concluído o curso de artilharia da Escola do Exército, a actual Academia Militar. Acompanha Mouzinho de Albuquerque nas suas campanhas em Moçambique, sendo nomeado por este Governador de Gaza, distrito naquele momento em plena revolta. Em 1897 é comandante militar de Tete, região em plena revolta desde 1890, e que é governada por João de Azevedo Coutinho. Consegue vencer as tribos revoltadas Maganjas, sendo condecorado por esse feito. Tendo regressado a Portugal, volta rapidamente a África, enviado para Angola, chegando a Luanda em 1900. Enviado para Santo António do Zaire, explora aí a vasta região dos Mussorongo, passando mais tarde para o Sul da província, para Benguela, território que inspecciona, e que o leva a redigir um relatório em que mostra os caminhos a seguir na administração da região. Em Agosto de 1902, devido à revolta da população do Bailundo, dirige uma coluna militar que de Benguela se dirige para a zona revoltada. Chegado ao planalto de Benguela, após vários combates com os revoltosos conseguiu dominar a insurreição, sendo condecorado com a Torre e Espada por proposta do governador Cabral Moncada. Em 1906 está de novo em Moçambique, nomeado governador do distrito de Moçambique pelo governador-geral da colónia, o seu conhecido Azevedo Coutinho, com a missão de pacificar definitivamente a região. De 1908 a 1912, acompanhado de Neutel de Abreu, conseguirá ocupar e pacificar todo o território, sendo-lhe dada a medalha de ouro do Valor Militar, e nomeado comendador da Torre e Espada. A Primeira Guerra Mundial encontra-o em Portugal com o posto de tenente coronel. Aceita a missão de organizar e comandar uma expedição militar a Moçambique, para defesa da fronteira Norte da colónia de possíveis incursões alemãs, a potência colonizadora da actual Tanzânia, naquela época a África Oriental Alemã. Embarca em 11 de Setembro de 1914, chegando a Lourenço Marques, a actual Maputo, em Outubro e a Porto Amélia em 1 de Novembro. Cumpre as ordens, vigia a linha do Rovuma, impede provocações e mantêm a neutralidade. Se eram essas as ordens iniciais, não era esse o espírito da missão, nem das novas ordens, transmitidas pelo novo governador Álvaro de Castro, de reocupar Quionga. Devido à revolução de Maio de 1915, e a sua clara intenção de levar Portugal para a Guerra com a Alemanha, regressa a Lisboa, sendo nomeado governador de Angola em Janeiro de 1916. O Sudoeste Africano, colónia alemã no sul de Angola (a actual Namíbia), já foi ocupada pelas forças militares da África do Sul. O objectivo não é combater os alemães, é continuar a política de abertura do território à colonização europeia, começada por Paiva Couceiro, e continuada por Eduardo Costa, e pelos generais Norton de Matos e Pereira de Eça, seus imediatos antecessores. Chega em Abril de 1916 a Luanda. No ano seguinte, em Maio de 1917, a região de Seles e Angoche revolta-se. É que «os esbulhos, as perseguições, as prepotências e injustiças praticadas pelos agricultores e comerciantes estabelecidos na região» levam as populações autóctones a tal actuação. Para o governador, as razões são várias: «detenção dos indígenas, imposição de trabalho forçado fora dos termos legais, falta de pagamento de salários ... a par da desobediência à autoridade, do contrabando de pólvora e armas vendidas ao gentio». O pior é que a revolta começa a alastrar a outras zonas da província, e as forças militares são pouco numerosas. Em Setembro, não tendo conseguido até aí controlar a revolta, decide-se a ir para o teatro de operações. Com ajuda de forças do Bailundo consegue acabar com a revolta. Embarca em Outubro de 1917 para Lisboa, sendo demitido em Janeiro de 1918. Em Fevereiro de 1918 é nomeado governador-geral de Moçambique. A colónia foi invadida pelos alemães em Novembro do ano anterior. No princípio de Julho, estão a 40 km de Quelimane. É para aí que o novo governador-geral se dirige, em Junho, com três companhias indígenas. Em 28 desse mesmo mês os alemães começam a retirar para Norte, atacando e ocupando Nhamacurra em Julho, só abandonando a colónia em finais de Setembro. O governador pede para ser substituído no comando da força expedicionário, sendo o seu lugar preenchido pelo general Sousa Rosa. Com o fim da guerra e o assassinato de Sidónio Pais, é substituído, em 1919, no governo-geral pelo democrático Álvaro de Castro. Regressa a Lisboa, sendo nomeado director dos serviços militares do Ministério das Colónias. Fica pouco tempo em Portugal, já que é nomeado governador dos territórios de Manica e Sofala, da Companhia de Moçambique. Exerce o cargo por pouco tempo, sendo nomeado de novo governador-geral da colónia, em 16 de Junho de 1923. Em 1926 é transferido para o governo geral da Índia, onde morre.
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Fonte:
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira de Cultura, vol. , págs. 524-526.
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