Reis, Rainhas e Presidentes de Portugal
D. Dinis
Sexto rei de Portugal. Filho de D. Afonso III a de D. Beatriz de Castela. A doença de seu pai preparou-o bem cedo para governar. Foi aclamado em Lisboa em 1279, para iniciar um longo reinado de quarenta e seis anos, inteligente e progressivo. Lutou contra os privilégios que limitavam a sua autoridade. Em 1282 estabeleceu que só junto do rei a das Cortes se podiam fazer as apelações de quaisquer juizes, a um ano depois revogou doações feitas antes da maioridade. Em 1284 recorreu às inquirições, a que outras se seguiram. Em 1290 foram condenadas todas as usurpações. Quando subiu ao trono, estava a coroa em litígio com a Santa Sé motivado por abusos do clero em relação à propriedade real. D. Dinis por acordo diplomático, obteve a concordata após a qual os litígios passaram a ser resolvidos pelo rei a os seus prelados. Apoiou os cavaleiros portugueses da Ordem de Santiago, que pretendiam separar-se do seu mestre castelhano. Salvou a Ordem dos Templários em Portugal, passando a chamar-Ihes Ordem de Cristo. Travou guerra com Castela, mas dela desistiu depois de obter as vilas de Moura a Serpa, territórios para lá do Guadiana e a reforma das fronteiras de Ribacoa. Percorreu cidades a vilas, em que fortificou os seus direitos, zelou pela justiça a organizou a defesa em todas as comarcas. Fomentou todos os meios de uma riqueza nacional, na extracção de prata, estanho, ferro, exigindo em troca um quinto do minério a um décimo de ferro puro. Desenvolveu as feiras, protegeu a exportação de produtos agrícolas para a Flandres, Inglaterra e França. Exportações que abrangiam ainda sal e peixe salgado. Em troca vinham minérios e tecidos. Estabeleceu com a Inglaterra um tratado de comércio, em 1308. Foi o grande impulsionador da nossa marinha, embora fosse à agricultura que dedicou maior atenção. A exploração das terras estava na posse das ordens religiosas. D. Dinis procurou interessar nelas todo o povo, pelo que facilitou distribuições de terras. Fundou aldeias, estabeleceu toda uma série de preciosas medidas tendentes a fomentarem a agricultura, adoptando vários sistemas consoante as regiões a as províncias. Deve-se ainda a D. Dinis um grande impulso na cultura nacional. Entre várias medidas tomadas, deve citar-se a Magna Charta Priveligiorum, primeiro estatuto da universidade, a tradução de muitas obras, etc. A sua corte foi um dos centros literários mais notáveis da Península.
Ficha genealógica: D. Dinis, nasceu em 9 de outubro de 1261, e morreu em Santarém a 7 de janeiro de 1325. Casou em 1288 com D. Isabel (nasceu em Saragoça, 1270; morreu em Estremoz a 4 de julho de 1336; enterrada em Santa Clara de Coimbra), filha de Pedro III e de D. Constança, reis de Aragão. Tiveram a seguinte descendência: 1.
D. Constança (n. em 3 de janeiro de 1290; casou em 1307 com Fernando IV, rei de
Castela; f. a 18 de novembro de 1313); 2.
D.
Afonso IV, que herdou a coroa. De
várias mulheres teve D. Dinis os seguintes filhos: 3.
D. Pedro Afonso, nasceu ao redor de 1280; foi conde de Barcelos; morreu em Lalim,
c. 1354); 4.
D. Afonso Sanches, nasceu 1288; morreu em Vila do Conde, 1329. Filho de Aldonça
Rodrigues Telha, foi senhor de Albuquerque em Castela; jaz no Mosteiro de Santa
Clara de Vila do Conde; 5.
D. Pedro Afonso, nasceu e morreu em data incerta. Casou com D. Maria Mendes,
crendo-se que foi sepultado na Capela de Santa Isabel da Sé de Lisboa; 6.
D. João Afonso, nasceu em data incerta; degolado em 4 de junho de 1325. Filho
de D. Maria Pires, «uma boa dona do Porto de Gança»; foi legitimado a 13 de abril
de 1317; foi senhor de Lousã e Arouce; casou com D. Joana Ponce, de família
asturiana; 7.
D. Fernão Sanches, que nasceu e morreu em data incerta. Casou com D.
Froilhe Anes de Besteiros; 8.
D. Maria Afonso, nasceu e morreu em data incerta. Filha de D. Marinha Gomes,
mulher nobre de Lisboa; casou com D. João de Lacerda, fidalgo castelhano;
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Fontes:
Joel Serrão (dir.)
Joaquim Veríssimo Serrão,
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Página modificada em 14 de junho de 2015
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