Folha de rosto da edição de 1580,
do Príncipe de
Maquiavel
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Apresentação
Maquiavel começa O Príncipe descrevendo
os dois principais tipos de governo: as monarquias e as repúblicas. O seu
objecto de estudo é a monarquia. Os aspectos mais controversos da análise de
Maquiavel aparecem claramente nos capítulos intermédios da obra.
No capítulo 15 propõem-se descrever como um monarca sobrevive de facto, em vez de descrever grandes princípios morais. Descreve as virtudes que em geral se pensa serem necessárias a um governante, concluindo que algumas «virtudes» levam os príncipes ao desaparecimento, ao passo que alguns «vícios» permitem-lhes sobreviver. De facto, as «virtudes» que apreciamos nas pessoas pode levar à sua deposição. No capítulo 16 Maquiavel nota que nós pensamos normalmente que o melhor para um governante é ter a reputação de ser generoso. Mas, se a generosidade for praticada em segredo ninguém o saberá e ele será considerado ganancioso. Se for praticada abertamente, a necessidade de manter a sua reputação, poderá levá-lo à bancarrota. Terá então necessidade de retirar mais dinheiro aos seus súbditos o que o fará ser odiado. Para o autor do Príncipe o melhor é o governante ter uma reputação de ser avarento. Maquiavel antecipa exemplos de monarcas generosos que tiveram sucesso. Mas defende que a generosidade só deve ser praticada para com os soldados somente com base no saque retirado de uma cidade inimiga. No capítulo 17 defende que é melhor a um príncipe ser severo quando pune as pessoas do que magnânimo. A severidade por meio da sentença de morte só afecta alguns, mas detêm crimes que afectam muitos. Indo mais longe, defende que é melhor ser temido do que amado. Mas os governantes devem evitar ser odiados, o que é fácil de conseguir não confiscando a propriedade dos súbditos: «as pessoas esquecem mais facilmente a morte do pai, do que a perda da herança.» No capítulo 18, possivelmente a parte mais controversa do Príncipe, Maquiavel argumenta que o governante deve saber ser dissimulado desde que isto sirva as suas intenções. Mas, quando o príncipe tiver necessidade de ser dissimulado não pode dar a ideia de que o é. De facto, deve mostrar-se sempre dotado de pelo menos cinco virtudes: clemência, benevolência, humanidade, rectidão e religiosidade. No capítulo 19 Maquiavel defende que o príncipe deve evitar fazer coisas que o façam ser odiado. O que se realiza ao não confiscar a propriedade, nem dar mostras de avidez ou de desinteresse. A melhor maneira de não ser deposto é evitar ser odiado.
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EXTRACTOS | ||
Dedicatória |
Dedicatória | Nicolau Maquiavel ao Magnífico Lourenço de Médicis |
Os principados |
Capítulo I | Das várias espécies de principados e por que meio se adquirem |
As qualidades do Príncipe |
Capítulo XVI | Da liberalidade e da parcimónia |
Capítulo XVII | Da crueldade e da clemência e se vale mais ser amado que temido, ou temido que amado | |
Capítulo XVIII | De que modo os Príncipes devem cumprir a sua palavra | |
Capítulo XIX | De que modo deve evitar-se ser desprezado e odiado |
Fonte:
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Teoria
Política |
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