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DA CORRESPONDÊNCIA
OFICIAL DE Primeiro embaixador residente de Portugal na Prússia, D. Alexandre de Sousa Holstein, chegou a Berlim em 1789. Mais conhecido por ser o pai do primeiro duque de Palmela, e marido de D. Isabel de Sousa Coutinho, o «bichinho de conta», exercia o cargo de capitão da Guarda Real dos Archeiros, até ser nomeado embaixador de Portugal em Copenhaga, Neste ofício D. Alexandre descreve a corte de Berlim em 1790. Uma das obrigações dos diplomatas da altura era descreverem aos ministros e aos monarcas a vida política e cortesã do país onde estavam sedeados. Sendo que, a partir de um determinado momento deviam tentar analisar a personalidade das personagens mais importantes do país, para que, como o próprio D. Alexandre escreve nesta carta, o governo pudesse "dirigir mais facilmente qualquer negócio que lhe ocorra neste Reino."»
«Bem pode V. Ex.ª ponderar qual seja o labirinto de intrigas, e de dificuldades que haja para se negociar nesta Corte»
OFÍCIO N.º 37
Ill.mo e Ex.mo Sr. 1. Permitirá V. Ex.ª que eu destine este Ofício para
o informar cabalmente do Carácter Pessoal do Rei, e dos principais
Ministros desta Corte, não menos que do seu sistema actual, afim de que
possa (partindo estes Princípios) dirigir mais facilmente qualquer Negócio
que lhe ocorra neste Reino. 1 2. A Estatura Gigantesca, e a Corpulência extraordinária
do Rei indicam à primeira vista a sua propensão à indolência: Mas
corrige este defeito uma grande dose de amor-próprio, que o obriga a
afectar bastante actividade! Estas duas paixões são as que mais dominam
no seu ânimo; e posto que entre ambas se sirvam de Correctivo não deixam
de reinar uma, e outra ao mesmo tempo, advertindo que a vaidade é
superior à indolência, e ganha sobre ela a vitória no primeiro
instante; mas esta é mais constante que a aquela, por depender do seu físico,
e por isso torna a ganhar com o tempo a vitória que havia perdido.
Segue-se daqui que o Rei tendo experiência, doutrina, e talentos
Militares, não é Guerreiro, nem o será nunca, se bem que a ambição de
Glória o mova algumas vezes a desejar a Guerra, desejos que a paixão
dominante amortece poucas horas depois: Igualmente se segue apesar da
capacidade do Rei, que as rédeas do Governo devam recair pouco a pouco em
mãos de alguns validos, se bem que S. Majestade não receie coisa
nenhuma, tanto, como do parecer que é dirigido por outrem: Porém, toda a
vez que um Ministro activo, e laborioso lhe poupar o trabalho dos Negócios
deixando-lhe a aparência dele, e que ao mesmo tempo lisonjeie destramente
com perspectiva de Glória a sua vaidade, é indubitável que o há-de vir
a dominar inteiramente como agora sucede. Por esta Arte se insinuaram os
dois Validos principais: Conde de Hertzberg 2, e Mr. de
Bichoffswerder 3, de
que faltarei quando acabar de referir as principais qualidades do Rei. 3. Alem das duas paixões que acabo de apontar; não há
mais nenhuma no Rei, sendo o resto uns apetites, ou para assim dizer,
meias paixões subordinadas àquelas. Não exceptuo desta Classe o amor, nem o ciúme, que são as
maiores fraquezas que o vulgo lhe conhece pois dependem uma, e outra tanto
da vaidade, que os excessos que fez pela Condessa de Inghenheim 4, e que
agora repetiu pela de Heinhoff 5, não provem de outro princípio senão da
vaidade: tanto assim que uma, e outra perderam a sua afeição logo que
casaram com ele, vivendo sumamente infelizes, condenadas ao maior retiro,
sem ter nenhuma influência nos Negócios, suportando além da extravagância
dos seus zelos as mais continuas infidelidades. Falando das fraquezas do Rei, não devo omitir a inclinação
que tem a um género de economia, que passa de severo, e a facilidade com
que se inflama da mais terrível cólera! Mas felizmente a bondade do seu
Coração, e o ciúme da Sua Glória refreiam perfeitamente estas duas
Qualidades, e fazem que o seu Governo seja Doce, e Paternal, e que o
Tesouro se abra com suficiente franqueza nas boas ocasiões, adoptando-se
com bastante entusiasmo tudo o que; tende ao Beneficio da Pátria, ainda
que custe muitas vezes grossas porções de dinheiro. 4. O Conde de Hertzberg não sustenta de perto a sua
fama! Ninguém lhe pode negar juízo e luzes, mas em grau muito menor do
que ao longe se cuida. Os seus Estudos verteram principalmente sobre o
Direito Público, e sobre a Constituição da Alemanha Possui além disto
um conhecimento muito vasto deste Reino, mas como o não tem igual do
resto da. Europa, e que ignora dalgumas Potências, até coisas as mais
notórias segue-se que comete mil erros quando trata de Negócios fora da
Alemanha; e sobre tudo é inescusável na ideia gigantesca que formou da
sua Pátria comparativamente às outras Soberanias da Europa! Enquanto ao
seu Talento é grande para subalterno, e diminuto para chefe. Tem grandíssima
Memória, uma Fantasia extraordinária, um verdadeiro entusiasmo de amor
da Pátria, e sobretudo um ardor do trabalho realmente incomparável,
visto que é impossível ser mais laborioso que ele, pois se ocupa toda o
ano, e a toda a hora, não empregando na mesa, e no descanso mais de
cinco, ou seis horas por dia. Porém a circunstância mais ponderável deste Ministro é
que encobre bastante agudeza, infinito amor próprio e alguma duplicidade
debaixo de um exterior grosseiro, quase cínico, e com as aparências de
uma sinceridade de Filósofo! Chega esta contraposição até tal ponto
que não deixa de ser prudente suspender o Juízo sobre as confidências
que faz, e não falta quem lhe negue além da sinceridade outras virtudes,
e entre essas o amor da humanidade: Mas o que se lhe não pode negar é a
limpeza de mãos, e o desprezo das riquezas, prezando tanto mais as
honras, os empregos, o comando, e sobretudo a fama do seu Ministério. De
sorte que por esta balda incensando-o com destreza, e dando-lhe razão nos
discursos se pode uma Pessoa insinuar no seu espírito ao ponto de o vir a
dominar inteiramente como aconteceu ao Ministro actual da Grã-Bretanha Mr.
Eward 6 de quem falarei adiante. 5. O Coronel Bichoffswerder primeiro Ajudante de Campo do
Rei é o sujeito que reparte o favor com o Conde de Hertzberg, e que põe
limites ao seu poder: Daí nasce uma rivalidade tão viva que já se
teriam derrubado um a outro se não fora o perigo que há de dar a
conhecer ao Rei que se trata de o dominar. De mais é difícil que o Conde
possa lutar com vantagem contra o seu rival, por ser na realidade menos
valido que ele: Este também não se atreve a destruir o poder do Ministro
pela dificuldade que há de achar sujeito idóneo para o seu emprego, que
não seja ao mesmo tempo mais perigoso que ele: visto que não haveria se
não o Marquês Lucchesini 7, que se achasse em circunstancias de subir ao
Ministério, e este com efeito creio que seria muito mais de temer para o
valido. Por tanto de comum acordo, ou para assim dizer por tácita convenção
se suportam os dois rivais disputando entre si o domínio quanto podem sem
despertar o Rei do seu letargo; e para o conseguir mais facilmente formou
cada qual o seu Partido. O de Bichoffswerder é composto do Estribeiro-mor
Conde de Lindnair, do Aio de S A.R. Conde de
Brüll, e de todos os mais
Sujeitos que ocupam Empregos no Paço, ou, como se lhes costuma chamar de
confiança: De mais tudo o que há de Estrangeiros ao Serviço desta Corte
os Framaçoens, os Iluminados 8,
e uma corja doutros tais que
navegam por baixo de água, compõem este formidável partido o qual
aumenta em valimento de dia em dia por que o Rei se acha a bem dizer
cercado incessante por ele. Compõem-se o Partido do outro, do resto do
Ministério, dos Príncipes, e Princesas que já não estão em Educação,
e além disso da Nobreza, e Principais Pessoas da Corte, e compor-se-ia de
toda a Nação se não fosse o ascendente do Ministro de Inglaterra que os
melhores Patriotas não suportam entendendo com razão que a Sua influência
se dirige ao Bem da Grã-Bretanha, e não atende se não em último lugar
ao Benefício da Monarquia Prussiana. 6. Originou-se desta causa, e de outras que nunca faltam
um terceiro Partido dos Descontentes, cujo número cresce de dia em dia, e
é neste momento sumamente grande : À testa dele se deve presumir que
esteja o Duque de Brunswick 9, o Príncipe Henrique de
Prússia 10, uma parte
dos Generais, e do Exército que não suportam o Despotismo absoluto do
Ajudante de Campo em Matérias Militares: Engrossa-se este Partido com o número
dos Desvalidos, que saíram do Ministério, ou doutros Empregos por morte
do Rei Defunto; e finalmente se completa com os Membros do corpo Diplomático,
que invejam, ou pretendem roubar a influência do Ministro de Inglaterra,
quais são os Enviados da Rússia, Saxónia, Viena, e de França etc.
Nasce de tudo isto um conflito de oposições, de intrigas, e de
Falsidades que é mais fácil de imaginar que de descrever, e por isso me
não atrevo a fazê-lo passando a referir a V. Ex.ª o resultado disso
mesmo relativamente à Questão da Guerra depois lhe falar alguns momentos
do Carácter Pessoal dos principais Sujeitos que indiquei. 7. O Coronel Bichoffswerder chefe do Partido chamado Saxão
se tem Merecimentos Reais, não podem ser se não na parte Militar, pois só
disso parece ter feito estudo toda a vida: Não deixa porém de ser
consultado em outras muitas Matérias, tendo uma influência absoluta em
tudo o que respeita ao Gabinete do Rei; que ele dirige em segredo sem ter
Título de Secretário. E como pela assistência do Rei em Potsdam se
necessitam mandar os Despachos de todas as Secretarias ao Seu Gabinete
para se assinarem, vem este a presidir, e a controlar em certo modo tudo o
que se passa no Reino, e o que se trata com as Cortes Eskaltrangeiras!
Portanto é indispensável que nestas se conheça a fundo o Carácter do
Sobredito Coronel que eu pratiquei demasiadamente pouco para o poder
investigar. Contudo o que percebi dele é que tem mais fineza, que juízo,
mais malícia, que luzes, mais cobiça que ostentação, ou vaidade, que
mostra humildade, doçura, e muitas outras virtudes, e que não consta de
vício nenhum com que ofenda os olhos do Público: Mas assim como o não
creio tão Santo assim o não suponho tão iníquo, como muitos o querem
fazer imaginando que de todas as virtudes que mostra não tenha mais que a
aparência! 8. Mr. Eward passou nesta Corte de Cirurgião a
Encarregado dos Negócios, e depois a Enviado de S. M. Britânica pelo
favor do conde de Hertzberg, e em razão do seu casamento com uma Senhora
da primeira esfera deste Reino, que lhe granjeou Protectores, e Inimigos tão
poderosos que veio a resultar de tudo isso a metamorfose da sua fortuna.
Hertzberg que negociava nesse tempo a aliança que pouco depois se
concluiu com a Inglaterra, e a Holanda assentou que não podia obrar com
mais acerto que em fazer nomear por Ministro da Potência Aliada um homem
que lhe dava sempre razão, e que lhe devia toda a sua fortuna mas pode
ser que se arrependa algum dia disso se acaso o não fez já! Por outra
parte o Gabinete de Saint James também julgou que lhe convinha servir-se
de um vassalo tão Amigo, e confidente do Principal Ministro de Prússia:
E concorrendo todas estas circunstâncias em favor de um Sujeito tão idóneo
pelas suas luzes, e talentos, passou em poucos anos de Cirurgião a
Ministro, e exercita incomparavelmente melhor esta Profissão que a
primeira! Já disse que o seu talento, e as suas luzes não deixam que
desejar; mas não direi assim do seu Carácter, pois é colérico,
vingativo, retrincado, orgulhoso, e de uma moral mais de Jesuítica. Tem-lhe
suscitado estas qualidades um número prodigioso de inimigos; mas ele
todos despreza fiado na Amizade do Conde de Hertzberg, e nos serviços que
tem rendido à Sua Corte. Continua a conservar o seu ascendente sobre este
Ministro pelas mesmas vias que o conseguiu, isto é pela lisonja a mais
servil, pelo sacrifício da própria opinião em todo o género de
discurso, ou argumento, e pela destreza com que oferece luzes, e ideias
novas ao Ministro em mil objectos que ele possui melhor ! Parece incrível
poder-se combinar o serviço da sua corte com o sacrifício que acabo de
dizer, que o Enviado faz constantemente da sua opinião; porém não deixa
de ser verdade consistindo todo o segredo disso em não impugnar já mais
directamente as opiniões do Ministro; mas em suscitar objecções,
dificuldades. ou pelo menos demoras na execução do que ele propõem
contrário aos interesses de Inglaterra. Desta forma muda o Conde por fim
de opinião, ou, se o não faz não acusa o seu Amigo da falta de
condescendência, que experimenta tantas vezes da parte da Grã-Bretanha
antes o atribui a outras causas que o Enviado lhe insinua com destreza,
quais são a falta de habilidade dos Ministros Prussianos, a falta de
segredo, a parcialidade dos mesmos contra ele, e outros argumentos desta
espécie, que lhe dão ocasião de desfazer-se dos Ministros que poderiam
desenganar esta Corte, e de introduzir nas Missões Prussianas sujeitos da
sua facção com quem provavelmente se entende antes que partam para
haverem de obrar conformes. Nesta classe entram sem duvida o novo Enviado,
que vai para Inglaterra chamado Conde de Redern, e o Major
Kuoblestorff,
que foi para Turquia; sacrificando barbaramente o conde de Alvensleben 11,
Mr
Ditz 12 ambos sujeitos de quem geralmente se diz bem, e vários outros de
cujo merecimento, e probidade, eu tenho maior certeza estiveram no mesmo
perigo, entre os quais citarei unicamente o conde de Rohdes
que aí está,
e que se viu perdido em Dinamarca depois de ter servido da maneira mais
louvável, e exemplar. Não falo no Condes de Podwils, por que
verdadeiramente suponho que por falta de capacidade não merecesse estar
presentemente na Comissão de Viena, nem falo pela mesma causa no conde de
Leppel, que saiu há dois anos de Estocolmo se bem, se bem que não possa
omitir que o conde de Borck, e o general
Kalckstein, que foram em seus
lugares são indivíduos, principalmente o primeiro, de quem Mr. Eward
dispõe como de seu Secretário. 9. Nas circunstâncias, que venho de referir bem pode V.
Ex.ª ponderar qual seja o labirinto de intrigas, e de dificuldades que
haja para se negociar nesta Corte. O Rei não produz uma ideia sua própria;
o conde de Hetzberg não propõe uma que não seja mais ou menos
contrariada por Bichoffswerder, e este igual mente, ou não fala em Negócios
da Repartição do primeiro, ou se o faz, tem a certeza de ser contrariado
por ele. O Partido dos Descontentes reprova e condena as opiniões de
ambos, e muitas vezes são as suas que prevalecem, ou por que sejam
melhores, ou por serem sustentadas pelo General Mollendorff
13, pelo Duque de
Brunswick, ou por outros sujeitos de autoridade, e talento, como estes. De
tudo isto sabe o Enviado Inglês tirar proveito em varias ocasiões, e
disto mesmo nasce a impossibilidade absoluta de prever com alguma certeza
os Negócios futuros: porém se se ponderarem os interesses da Grã-Bretanha,
o Carácter. Pessoal do Rei, e o grau de interesse que ambos os Validos
possam ter em qualquer Negócio futuro, que se procure investigar,.a
conclusão que se tirar da exacta combinação destes princípios, poucas
vezes há-de falhar. Por isso mesmo é que disse a V. Ex.ª em todo o tempo que
julgava impossível a Guerra nas circunstâncias presentes, apesar das
aparências. Salvo que se mude o interesse da Grã-Bretanha, que até
agora a inclinou à conservação da Paz, ou que a casa de Áustria e a Prússia
por um orgulho mal entendido resistam demasiadamente às Negociações
desta Corte, contestando-lhe bagatelas ou esquivando a sua mediação,
pois se irritaria desse modo. tão extraordinariamente, a cólera, e a
vaidade do Rei que estando à frente do Exército seria capaz de romper a
guerra de um dia para outro: Mas se assim não for por pouca condescendência
que mostre ao Rei da Hungria certamente se não deve recear que haja Guerra. 10. Envio este Ofício por mar para ir seguro à mão de
V. Ex.ª, sem passar por outras, e advirto ao mesmo tempo que remeto pelo
mesmo Navio dirigido a V. Ex.ª o caixote de Porcelana, que a Princesa
Real da Prússia 15
me encarregou de mandar da Sua parte à Presença de S.
Majestade: Espero que a preciosa saúde da Mesma Senhora, e de toda a Família
Real se conserve tão feliz e constantemente como todos desejamos, e
havemos de mister. Deus G[uar]de a V. Ex.ª m[uit]os a[n]os Berlim 4 de Julho de 1790. Notas: 1. Este ofício é admirável de interesse. O excelente
espírito de observação do ilustre diplomata soube apanhar em flagrante
e fazer reflectir magnificamente neste ofício, absolutamente
confidencial, o que era o meio político prussiano do seu tempo de
ministro de Portugal. O temperamento, e a compleição de Frederico
Guilherme II – um nevropata, epiléptico e gamomaníaco; os seus dois
validos: Hertzeberg e Bischofswerder; a corte; as intrigas políticas e
diplomáticas; os escândalos amorosos do rei, tudo aqui aparece
excelentemente observado e reflectido. Este ofício é, por isso, uma excelente peça histórica.
Chegando mesmo a ser um interessante documento literário, tal a verdade
da observação; a perfeição da crítica, a simplicidade de estilo, o
ajustamento da expressão, sem excluir a verve que aqui e ali nos surge
fina, graciosa e delicada. Bastava, quase, tão magnífica peça para justificar a
publicação desta colecção de ofícios de D. Alexandre e Sousa e
Holstein. Frederico Guilherme II nasceu em 1744 e morreu em 1797, tendo subido ao trono em 17 de Agosto de 1786, devido à morte do tio, Frederico II. 2. Ewald Friedrich, conde de Hertzberg, era ministro dos negócios estrangeiros desde 1763. Foi demitido em 5 de Julho de 1791, devido à oposição do governo britânico às propostas que apresentou quando da mediação da Prússia entre a Turquia por um lado e a Rússia e a Áustria por outro, n a guerra principiada em 1788. 3. Johann Rudolph von Bischoffswerder (1741-1803), membro dos Rosacruz que com Johann Christof Wollner (1732-1800), tentou impor uma uma rígida ortodoxia Luterana, criando aquilo que se pode chamar uma inquisição protestante em Berlim, a Immediat-Examinationscommission, que tentou controlar a influência crescente do cepticismo e cientismo iluminista. 4. Julie von Voss, condessa de Ingenheim (1766-1789), casou morganaticamente com o Frederico Guilherme II em 1786, tendo tido dois filhos. 5. Sofia, condessa de Donhoff, e não Heinhoff (1768-1838), casou morganaticamente em 1790, tendo tido dois filhos do rei. 6. Joseph Ewart (1759-1792), ministro plenipotenciário da Grã-Bretanha em Berlim, entre 1786 e 1791 7. Girolamo, marquês Luchesini (1751-1825), nascido em Luca, estava ao serviço da Prússia desde 1779. Foi enviado a Roma em 1785 e no ano seguinte à Polónia. Nomeado embaixador da Prússia na Polónia, conseguiu negociar um tratado de aliança entre os dois países. Foi chamado a Berlim em 1791 e acompanhou o rei na invasão da França em 1792. Embaixador em Viena e em Paris, com a derrota prussiana de 1806 regressou a Luca, governada por Elisa Bonaparte, morrendo em Florença 8. O embaixador refere-se à Maçonaria e aos Rosacruzes, grupo a que o rei tinha aderido em 1781, adoptando o nome Ormesus, e que tinham ganho bastante influência no ministério prussiano, 9. Fernando, duque de Brunswick-Luneburg-Wolfenbuttel (1721-1792), cunhado de Frederico II, comandante do exército britânico na Alemanha durante a Guerra dos Sete Anos, era Marechal de campo no exército prussiano. 10. O princípe Henrique da Prússia (1726-1802), irmão de Frederico II e tio do rei, tinha ganho uma reputação de bom general durante a Guerra dos Sete Anos. 11. Philipp Carl Conde de Alvensleben-Hundisburg (1745-1802), embaixador da Prússia em Londres de 1789 a 1791. 12. Heinrich Friedrich von Diez (1751-1817), conhecido orientalista, era embaixador da Prússia junto da Porta Otomana. 13. Richard Joachim Heinrich von Mollendorf (1724-1816). Oficial que se tinha celebrizado na batalha de Leuthen, em 1757, acabou a Guerra dos Sete Anos como general tendo-a começado como capitão. Governador de Berlim em 1783, foi promovido a marechal em 1793, comandando o exército prussiano no Reno em 1794. 14. Por esta altura, a revolução francesa já preocupava bastante as cortes europeias, mas só com a entrevista de Pillnitz, em Agosto de 1791, entre o imperador Leopoldo e o rei da Prússia, é que a resposta a dar aos problemas provocados pelo radicalismo da Revolução Francesa começou a ser pensada oficialmente. 15. Frederica (1767-1820), filha do primeiro casamento de Frederico Guilherme II com Isabel, princesa de Brunswick, casou em 1791 com o duque de York, filho do rei de Inglaterra, Jorge III.
Fonte: António Ferrão (ed.), As Impressões de um Diplomata Português na Corte de Berlim ..., Coimbra, Imprensa da Universidade («Prussianos de Ontem e Alemães de Hoje - 1790-1914»), 1919; págs. 183-190.
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